O Sindicato Rural de Barbacena foi fundado em 06 de Julho de 1966, conforme Carta Sindical, em anexo, sendo reconhecido como órgão representativo das categorias econômicas integrantes dos grupos do Plano da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária.
O foco principal do sindicato é prestar apoio a todos os produtores rurais do interior de Minas Gerais!
Torne-se já um associado e tenha acesso a todos nossos benefícios e serviços!
Decorridos estes 42 anos de Fundação o Sindicato Rural de Barbacena, contou com os trabalhos dos seguintes Presidentes:
Presidente
Gil de Paula Moreira
Mauro de Oliveira Pereira
Daciano de Oliveira Miranda
Carlos Octávio Maldonado Carvalho
Romeu Fagundes de Araújo
Mauro Xavier
Anowar Kilson
Júlio Fagundes Vargas
José Rodrigues de Oliveira – “Zé do Martelo”
Rubens áureo Lobato Campos
José Eugênio Dutra Câmara
Renato Jose Laguardia de Oliveira
Rubens Áureo Lobato Campos
O Sindicato Rural de Barbacena se desenvolveu e cresceu com os trabalhos de um grande líder ruralista chamado José Rodrigues de Oliveira, carinhosamente conhecido como “Zé do Martelo”.
O amor a classe ruralista fez com que “Zé do Martelo” dedicasse sua vida e seu trabalho em favor das causas do homem do campo.
Sobre o saudoso José Rodrigues de Oliveira, o “Zé do Martelo, pedimos ao seu grande amigo, Médico e Produtor Rural Osmar de Araújo Bello, que além de acompanhá-lo como Diretor-Tesoureiro durante todos os seus mandatos, o acompanhou também ao longo de vários anos de sua vida, que escrevesse algumas linhas sobre este grande líder ruralista.
Abaixo transcrevemos na íntegra suas palavras:
No exercício da Medicina em Barbacena, cujo início se deu em 1968, talvez o maior trabalho de que me ocupei paralelamente tenha sido o de Diretor-Tesoureiro do Sindicato Rural de Barbacena, cargo ao qual ocupei por 12 anos. Não pelo cargo em si, mas porque ali, naquela casa, encontrei, conheci e convivi com José Rodrigues de Oliveira, carinhosamente chamado de “Zé do Martelo”. É com enorme saudade e emoção que falo deste Grande Líder Rural que nos deixou em 2001.
O “Zé do Martelo” foi uma pessoa com integridade moral e profissional inigualáveis. Na convivência com ele aprendi muito, especialmente sobre as questões abrangentes de diversas atividades de um ser humano: competência, honestidade, caridade, igualdade, dignidade, zelo. Hábil no trato de qualquer assunto, em qualquer circunstância, inclusive naquelas que sabíamos praticamente insolúveis. Intransigente na defesa de idéias que ele comungava, frequentemente corretas.
Certa vez, ele me disse: “Dr. Osmar, nós devemos entender o Sindicato Rural como um Órgão pertencente aos seus associados e não para sermos chamados e tratados como os donos dele, com prejuízo daqueles que nos elegeram como seus representantes”. Aí ele estava dando uma mensagem de desprendimento e um NÃO à vaidade tão comum nos dias de hoje entre aqueles que, transitoriamente, dirigem qualquer Entidade ou Instituição.
Em outra ocasião, quando acabou um reunião, à noite, em Belo Horizonte, onde representava o Sindicato Rural, não tinha condução para retornar à Barbacena. Os ônibus BH/Barbacena não tinham vaga. O que fez ele? Comprou uma passagem BH/Visconde do rio Branco, descendo em Barbacena, mais precisamente na BR 040 porque o ônibus não parava na Rodoviária. O Conselho Fiscal ao analisar as contas do Sindicato, encontrou a passagem e a explicação: “Comprei-a até Visconde do Rio Branco, embora mais cara, porque não havia passagem direta, se for preciso, farei a compensação financeira”. Desculpando-se como se tivesse cometido uma irregularidade.
Ah! Se neste país tivéssemos mais alguns “Zé do Martelo”, certamente a palavra corrupção não precisaria constar do nosso vocabulário, tão frequentemente. Quando assumimos o Sindicato Rural, após exaustiva reunião, chegamos a conclusão que aquele Órgão estava fadado à falência, ineficiência e ao fracasso. Foi quando ao visitarmos suas dependências precárias, e após analisarmos suas finanças exauridas, disse-nos ele: “Não, não vai ser fácil transformar isto numa verdadeira, digna e eficiente casa do produtor rural. Vamos à luta!”.
Com seu prestígio, sua astúcia, sua argumentação convincente, sua agressividade e irritação contra os pessimistas, a maioria inimigos e aproveitadores da classe, pouco a pouco os recursos foram aparecendo: doações, convênios, aquisição financiada de imóveis rentáveis, etc., de tal modo que em pouco tempo o Sindicato /Rural de Barbacena se transformou neste verdadeiro símbolo do trabalho, da honestidade, da verdadeira casa do produtor rural.
Mantém-se, até hoje, com uma pequena anuidade de seus associados, aluguéis de imóveis construídos com muito sacrifício e com muita economia, além de outras pequenas fontes de renda.
Dizia ele: “agora temos o suficiente para nos manter e dar assistência aos nossos associados. Não mais dependemos de doações, verbas inconstantes e minguadas. Não precisamos e não devemos depender de gente estranha à classe rural, geralmente aproveitadores dela, pois, só após se pedir a bênção é que o dinheiro aparecia. Quando aparecia”.
Meu estimado “Zé do Martelo”, pelo que foi e pelo que você fez, seu lugar é certamente o céu. Agradeço-lhe, com o mais profundo sentimento de perda irreparável, tudo o que aprendi com você. Creia-me que, certamente foi com você que tive grandes ensinamentos de vida.
Ah! Meu grande amigo, você, em sua missão terrena, no que se propôs a fazer, foi e será sempre insubstituível.
Para encerrar, vou confessar algo que apenas seu filho, o Renato sabe: depois de sua morte nunca tive desejo e nem coragem de voltar à Fazenda do Martelo onde nós, frequentemente, mesmo em visitas cordiais, sempre os destinos do Sindicato Rural foram objeto de conversas. Não sei se a emoção de lembrar do grande amigo deixaria de produzir em mim algumas lágrimas.
A fazenda é a mesma, habilmente administrada pelo Renato, mas nunca mais será a Fazenda do “Zé do Martelo”, um dos maiores líderes rurais e das maiores figuras humanas que conheci.
– Osmar de Araújo Bello
Médico e Produtor Rural
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